“O EMPREENDEDORISMO AZUL” – por Renato Dias Regazzi *

Os impactos que a humanidade vem criando no planeta terra, manifesta-se na sua geologia, que é chamada pelos especialistas como era do “Antropoceno”, ou seja, nossa passagem no planeta está modificando o meio ambiente, o que já aparece na sua história, como o ocorrido a milhares de anos por mudanças ou catástrofes globais, a exemplo que houve com o desaparecimento dos “Dinossauros”, devido ao impacto de um cometa.

Em pleno século 21, só agora as questões ambientais finalmente passam a fazer parte das agendas de governo, das instituições e das empresas, de forma mais efetiva e direta. Em relação as empresas, devido sobretudo as exigências de ESG (cuidado ambiental, social e boa governança), que muitos fundos de investimentos passaram exigir, para que elas estejam aptas a receber seus recursos. Como consequência, aqueles negócios ou empresas que estiverem impactando o meio ambiente e não pensando na sustentabilidade, estão fadados a quebrar ou desaparecer.

As preocupações com as florestas já existem a bastante tempo, e muitas já foram degradadas e sua consequência é sentida em todo o planeta, com as mudanças de temperatura, catástrofes naturais e poluição. Temos então uma crescente consciência verde na população, visto que essas consequências negativas estão impactando sua qualidade de vida, e que os recursos da natureza podem ser explorados somente de forma sustentável, o que significa utilizar os recursos do planeta, dando condições a natureza se recuperar e deixar também recursos para as futuras gerações.

Neste sentido, temos que pensar que o planeta é formado por 71% de sua superfície de oceano, sendo o local onde se encontram os maiores recursos energéticos, minerais, de alimentos, dentre outros. Se fizermos com o oceano o mesmo que foi feito com os continentes, o planeta ficará insustentável para a vida humana e de outros animais. Então temos que pensar em uma nova economia, que aprenda com os erros e acertos que ocorreram em relação aos recursos continentais, sejam do solo, do ar, dos rios, animais e florestas.

Esta nova economia é a “Azul”, que promoverá a utilização dos recursos marítimos só que de forma sustentável, integrando a economia, o desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente, em uma mesma equação convergente onde todos ganham. Então nasce uma nova forma de fazer negócios e empreender, utilizando o oceano como recurso ou meio, mas de forma sustentável. Nasce então o “Empreendedor Azul”, aquele que deseja a sua prosperidade e da comunidade onde vive e que desenvolve o seu negócio, através da melhor utilização dos recursos aquáticos, sem degradá-los ou exauri-los, essa é a lógica da “Economia Azul”.

O fomento ao empreendedorismo azul pode ser uma grande oportunidade de geração de emprego e renda, sendo um poderoso agente de desenvolvimento econômico, social e ambiental, com foco no progresso de um território marítimo, de forma competitiva e sustentável. Para isso temos que promover a literacia do oceano, criando a “consciência azul” nos agentes econômicos e sociais, sobretudo nos atuais e futuros consumidores, que estabelecem a dinâmica dos mercados, consumindo produtos e serviços das empresas, cooperativas e instituições, por meio do consumo consciente, o que poderá impactar os modelos de negócios, promovendo a transformação para uma economia mais sustentável, a “Economia Azul”.

*Renato Dias Regazzi é especialista no tema da economia do mar,
trabalhando atualmente como assessor do Presidente do Conselho do Sebrae Rio

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