Entrevista com o Prof. Alvaro Sardinha, referência internacional em economia azul, que irá liderar pessoalmente a FINA no Green Rio / Blue Economy Rio Summit |

Alvaro Sardinha
GR: O que é o Centro de Competência em Economia Azul (C2EA) e qual o papel que desempenha em Portugal e internacionalmente?
R: O Centro de Competência em Economia Azul (C2EA) promove o desenvolvimento sustentável e regenerativo, através da realização de (1) ações de capacitação para profissionais, organizações e investidores; (2) prestação de serviços de consultoria estratégica para organizações, regiões e países; e (3) da realização de eventos de promoção de carreiras e negócios azuis.
O C2EA é a entidade fundadora e coordenadora do Programa de Especialização e Liderança em Economia Azul (PLEA), realizado em Portugal, Angola, Brasil e Timor-Leste. É ainda membro fundador da Feira de Emprego e Carreiras Azuis e da FINA Feira de Inovação e Negócios Azuis.
GR: Como foi a experiência da FINA – Feira de Inovação e Negócios Azuis em Lisboa no primeiro semestre e quais as expectativas em realizar dentro do Green Rio 2025?
R: A primeira edição da FINA Feira de Inovação e Negócios Azuis revelou-se um extraordinário sucesso, tendo o espaço de exposição esgotado, com a participação de organizações e projetos inovadores e visionários. A adesão de visitantes foi igualmente notável – em quantidade e qualidade – tendo-se registado a concretização de valiosas parcerias. O evento foi ainda enriquecido com a apresentação de vários temas valiosos e atuais, por especialistas de renome internacional.
Acreditamos que o sucesso se deve ao modelo original e dinâmico de desenvolvimento do evento, que permitiu uma verdadeira imersão e networking entre todos os participantes. Temos tido a oportunidade de acompanhar a evolução de algumas das parcerias estabelecidas, o que nos permite afirmar que as transações realizadas ultrapassam já largos milhares de euros. E as perspectivas são realmente impressionantes a médio prazo.
As expectativas de sucesso para a FINA inserida no Green Rio 2025, são igualmente elevadas. Beneficiamos, entretanto, da experiência adquirida na edição de Lisboa, pelo que poderemos fazer ainda melhor. O facto de a FINA estar inserida num grande evento, com mais de uma década de existência e de elevadíssima qualidade e afluência, são também fatores que antecipam o sucesso.
GR: Portugal é considerado referência na economia do mar. Que experiências e aprendizados podem ser compartilhados com o Brasil nesse campo?
R: Portugal tem feito um percurso assinalável no desenvolvimento da economia azul sustentável, tendo publicado a sua primeira estratégia nacional para o mar em 2006. O Brasil tem mostrado – em particular após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, em 2012 – uma capacidade e iniciativa extraordinária em termos de investimento estratégico na economia azul, pelo que considero que ambos os países têm muito a aprender em conjunto. Para tal, é fundamental incrementar a colaboração e aprendizagem mútua, por via da academia, da indústria e da governação.
Como o senhor enxerga as oportunidades de cooperação entre Brasil e Portugal na área da economia azul – e seria possível estender esta relação também para União Europeia?
R: As oportunidades de cooperação entre o Brasil e Portugal são vastíssimas e estão já a acontecer em várias áreas. O facto de partilharmos o mesmo idioma amplifica as possibilidades e projeta-as nos outros países de língua oficial portuguesa. A realização de mais programas de aproximação entre os dois países, como a FINA no Rio de Janeiro, são fundamentais para exponenciar as oportunidades de colaboração.
A ligação do Brasil à União Europeia pode ser facilitada através de Portugal, porém, não existem quaisquer limites para iniciativas diretas, com qualquer país ou instituição. Vivemos num mundo global, onde a intermediação se torna cada vez menos necessária. O Brasil tem apresentado magníficos exemplos da sua capacidade de inovação e do seu talento, tendo estabelecido valiosas parcerias com vários países da União Europeia e de outras regiões incluindo África e Ásia.
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